Poder da Natureza na Cura da Próstata e a Doença Avarenta

 

Fonte: Faculdade de Saúde Avançada                                                                                                          

Se, de um lado, o poder da natureza expresso através de plantas e ervas medicinais vem sendo usado durante milênios para a cura de diversas doenças, incluindo a próstata (em homens) e infecções do trato urinário, sendo as mulheres  mais propensas a elas devido a diferenças na anatomia urogenital e reprodutiva, fisiologia e estilo de vida.

Contudo, do outro lado, temos a doença da avareza da indústria farmacêutica e de suplementos responsáveis pela colonização da cura, advinda das práticas de Educação em Saúde no Brasil e de uma tradição autoritária e vertical, que se “situa  como legado da herança colonial que permanece viva e pujante”.

Foi esta pujança do legado do domínio colonial,  predominante nos dias de hoje, que levou o Papa Franscisco a definir a avareza como uma doença do coração, responsável pela desigualdade na assistência médica e várias outras áreas, negando a justiça social.  Para o Papa Francisco, para curar esta doença, é preciso uma reflexão sobre a morte e acumulação de bens, pois “eles não caberão no caixão, nós não poderemos levar os bens conosco”.

No tocante as doenças da próstata e do trato urinário, o surgimento de resistência microbiana, juntamente com potenciais efeitos colaterais dos medicamentos existentes que ameaçam a vida e altos custos, vem impulsionando a busca por opções de tratamento mais sustentáveis. Neste caso, há um crescente interesse no uso de plantas medicinais e remédios fitoterápicos como uma abordagem alternativa ou complementar.

Assim sendo, várias plantas medicinais comuns são conhecidas por terem potencial terapêutico para o manejo e tratamento das doenças do trato urinário e da próstata. O Brasil já deveria ter avançado muito neste campo, mas o legado colonial e a educação médica no país impediram e impedem avanços nesta área, favorecendo práticas de colonização da cura.

No Brasil a colonização da cura é tão perversa que suprime o conhecimento indígena, o conhecimento da população escravizada e o conhecimento de outras gerações na cura de doenças. Neste caso, um programa de cura deve combinar microformas de descolonização, a exemplo das práticas terapêuticas tradicionais, orações, defumação, manutenção do fogo sagrado, tambores e cantos  e outros rituais com cura cultural baseada na terra,  terapia clínica e curas alternativas.

Estudos no Canada revelam que já se tenta enfatizar e reacender as conexões com a terra, através das chamadas caminhadas medicinais, nas quais os participantes aprendem a identificar e preparar remédios à base de plantas medicinais como um lembrete convincente da relação sagrada com os territórios tradicionais.

No Brasil, é riquíssimo o uso de plantas medicinais em curas de doenças, mas precisamos avançar num programa de cura enfatizando as práticas terapêuticas tradicionais, através da integração do conhecimento biomédico com o conhecimento tradicional

No caso do tratamento de crescimento da próstata, chamada de hiperplasia benigna da próstata (HBP), estamos assistindo nas mídias sociais, sobretudo no Facebook, uma publicidade mentirosa da indústria de suplementos e de ataque à indústria farmacêutica, que não traz benefícios aos consumidores e pacientes, quando se percebe mais uma prática de colonização da cura.

Se, de um lado, a indústria farmacêutica é acusada de produzir os medicamentos  tradicionais de tratamentos da próstata, com efeitos colaterais, do outro lado, a indústria de suplementos apresenta seus produtos, como sendo naturais, porém sem comprovação científica. 

Mais de 90% das pesquisas sobre o uso das plantas usadas no tratamento da próstata são feitas sobre a próstata de animais e não de humanos. Além disto, todas elas enfatizam a necessidade de mais pesquisa para comprovar a efetividade, segurança e toxidade das plantas.

Em geral, os resultados de pesquisas em animais são positivos, mas precisamos de mais pesquisas para testá-las em humanos. Infelizmente, estas duas indústrias não estão atuando na cura da próstata, mas em tratamentos. Estamos cansados disto.

Numa recente investigação da indústria de suplementos farmacêuticos e alimentícios por parte da ANVISA, os resultados são preocupantes, considerando que dois terços dos suplementos avaliados  pela Anvisa, ou seja, 65% dos suplementos expõem fragilidades gritantes de controle sanitário em um mercado que movimenta bilhões de reais por ano. Estamos diante de um caso de polícia.

Mesmo assim vamos apresentar algumas plantas, já bastante pesquisadas, que podem ser usadas nos casos da HPB. Uma delas é a Melancia, (a parte branca da casca e a parte vermelha) que possui dois componentes ricos para a desinflamação da próstata – citrulina e  licopeno. Atua também na saúde cardiovascular e pressão alta.

Várias outras plantas, frutas e alimentos combatem bactérias do trato urinário e da próstata como o morango, chá verde, semente de abobora e o dente de leão - potente antinflamatório da próstata. A romã é potente na redução do PSA. Infelizmente, mais pesquisas são necessárias para comprovar a efetividade, segurança e toxidade delas. 


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